Resenha em 6 e o boteco São Bento #censuranão

A liberdade de expressão é um direito constitucional e jamais esteve tão em alta como agora na época das redes sociais. As empresas antenadas com o momento, se fazem presentes no Orkut, no Twitter e na Blogosfera avaliando impactos positivos e negativos de suas marcas e propondo-se ao diálogo construtivo.

No mais recente seminário da Info, Fiamma Zarife, diretora de serviços de valor agregado da Claro declarou que Para se destacar nas redes sociais, a empresa deve ter objetivos claros e estar preparada para lidar com a reação do público consumidor (…)O desafio nesse contexto, segundo ela, é aprender a organizar o conteúdo gerado pelos internautas para que ele possa servir de fomento às tomadas de decisão.

Eu tive duas experiências muito positivas no Twitter. Uma foi com o Uol Host – serviço de hospedagem do portal Uol e a outra foi com a Itaú Seguros. Em nenhum dos casos precisei me dirigir diretamente aos representantes das respectivas empresas; apenas fiz uma queixa e fui localizada por eles.

Até pouco tempo atrás, quando tínhamos problemas com algum produto ou serviço, só nos restava os SACs da vida e, por fim, o Procon. Hoje, a opinião do consumidor passou a ser realmente importante e as duas partes – consumidor e prestador de serviço – só têm a ganhar com tamanha democracia.

A realidade é esta e quem ficar de fora, corre o risco de ser banido do comércio. Infelizmente algumas empresas continuam na contramão da modernidade, como é o caso da Telefônica, que insiste em negar suas deficiências e se mantém completamente afastada dos seus clientes. Recentemente a empresa foi punida pela Anatel, que a obrigou a suspender a venda do seu deserviço de banda larga, o Speedy – Telefônica suspende venda do Speedy (Folha Online)

Se a Telefônica tivesse dado importância às queixas recorrentes dos seus usuários, talvez hoje ela não teria tantas multas para pagar - Procon autua Telefônica por panes recorrentes; multas podem chegar a R$ 16 mi (Portal Imprensa)

Vocês já ouviram falar de um tal Boteco São Bento? Não? Nem eu, ATÉ que o blog Resenha em 6 resolveu escrever uma crítica ao atendimento do referido estabelecimento comercial. Tudo teria passado despercebido se os donos do boteco não tivessem exigido a retirada do post do ar, através de uma notificação extra-judicial, onde o redator confundiu blog com post.

O caso teve uma repercussão tão grande que esse mesmo post chegou a receber mais de 900 comentários. Diversos blogueiros se mobilizaram em apoio à equipe do Resenha em 6;  o Cardoso, por exemplo, chegou a convocar todos os blogueiros a publicarem o mesmo post pra dar mais trabalho aos advogados - Boteco São Bento (o pior bar do sistema solar). O blog que recebia uma média de 450 visitas diárias recebeu 18,6 mil visitas nesta quarta, após o anúncio da notificação.

Resultado? O tiro saiu pela culatra e o que poderia ter se limitado aos leitores do Resenha em 6 chegou ao conhecimento de todo o país, já que o caso foi parar em diversos blogs, no Twitter e até nos grande portais, como o IDGNow! do Uol - Sócios de bar emitem notificação extrajudicial e blog retira crítica do ar.

O post do Resenha em 6, assinado por Raphael Quatrocci, tem um tom ácido e com palavras de gosto duvidoso, mas isso não justifica  o rumo que a empresa responsável pelo bar deu ao caso, já que o diálogo ainda é a melhor forma de comunicação. É óbvio que a reputação do boteco ficou muita mais arranhada agora.

Eu me preocupo muito com a censura na internet, pois não quero perder o espaço que encontrei para criticar o que é ruim e elogiar o que é bom. É o meu direito enquanto consumidora. E vocês, o que pensam sobre o assunto? Xô censura!